Eterno sorriso absurdo
com que aguardo essa tua arrogância febril
Estranho pensamento de acreditar que tudo está bem
Andas por ali e por além
Ciúmes que se avolumam com razão
porque não consigo responder a uma questão
que tudo define, numa folha de papel em branco
Ausência permanente que estilhaça a alma
Mentirosa compulsiva sem coração
Talvez chega a altura de dizer não
e partir em busca de outra dimensão
Amor que é efémero como tudo na vida
Nada dura porque as pessoas são falsas e desprendidas
Não se compremetem aos valores que têm medidas
que não devem ser desrespeitadas nem pisadas
Olhei em meu redor e percebi que estava sozinho
Não tinha um ombro onde chorar
Todos tinham desaparecido a correr para outro lugar
Longe de tudo, longe de mim
Acreditar que tudo tem um princípio
mas também um fim
Temos de dar ouvido ao indício
que faz tremer o corpo e o mete em sentido
Agrilhoado ao tempo em que tudo é deserto
e mergulhado na tempestade de areia
Solidão que presenteia
a brevidade porque tudo que digo é certo...